Da vastidão de Synara
Ser Veterinária um modo, ser médica de bicho outro. E minha maneira de ser e trabalhar sempre foi o modo médica. Hoje afastada da lida cotidiana por destinação que se carimba por opção, também.
E esse afastamento se dá do modo sem recursos hoje. Se bem, que sempre trabalhei sem muito recurso tecnológico, digamos assim. Era a cabeça – razão – e as mãos.
E por onde ando os bichos me acham. Talvez pelo faro, encontram médicos, como encontram comida.
Assim como cresce a população de animais de estimação ( cães e gatos) aumenta a incidência de doenças de caráter crônico, degenerativo e as denominadas neoplasias. O conceito de neoplasia é: “Processo patológico que resulta no desenvolvimento de um neoplasma, isto é, o crescimento anormal, incontrolado e progressivo de tecido, mediante proliferação celular”.
Não temos como negar que o movimento social antropológico do cão quando foi inserido como agente produtor de ganhos para as pessoas em geral tem gerado caminhos diversos. Nem vou me referir ao lado comercial que essa espécie já tem, e consentido por ampla maioria daqueles que possuem ou gostam de cão. Quero abordar sobre a possibilidade de que dentro do âmbito da proteção animal possa estar havendo um caminho diverso do que se propõe verdadeiramente como ato de proteger, ajudar e colaborar, a doação verdadeira: Sem exploração. E esse caminho são as denominadas casas de passagens para os cães – e gatos . Para quem não sabe o que são as casas de passagem, é nada mais do que uma pessoa ou familia dando espaço, abrigo, albergue – ou o termo que quiserem – até que esse cão ou gato, seja adotado de vez. Que bela iniciativa, a principio.
” E cadelas de todas as raças pariam ninhadas que valiam ouro aos seus criadores”. Essa frase faz parte do meu segundo livro, e abro essa questão nesse texto com ela. No livro narro o período da explosão “pet shop mundo cão/ gato” que transcorria na virada do ano 2000. Treze anos se passaram e ainda há cadelas parindo e parindo muito! Não sei se com o mesmo peso do ouro dos criadores daquela época, mas sem dúvida, ficaram na engrenagem da venda do “mundinho petizinho”. Me parece agora, em dois mil e treze, que o criatório de cães ocorre mais pelas lojas, feiras, fundos de quintais, apartamentos, etc.. E vendem bem. Cães geneticamente distorcidos. E esses cães adoecem mais cedo e apresentam variadas patologias que vão parar na mesa de algum atendimento médico veterinário. O ciclo comercial.
Meu site anda parado em termos das minhas postagens. E hoje acordei pensando seriamente o porquê desse distanciamento da escrita para esse espaço. Às vezes tenho a sensação de que já disse tudo sobre o que penso sobre os cães e gatos no sentido de protetora animal que aborda todas as questões sobre essas espécies e suas presenças no social do homem atual. Casos clinicos, estou um pouco preguiçosa, talvez por ter reduzido o atendimento clinico e estando mais focada em consultorias, não sei…Será que secou minha cabeça? Esse, acho eu, é um dos medos de quem escreve, pelo menos meu é. Parece que fico muda na mente. Sem falas e sem argumentos. E como viver sem eles para quem escreve? É…dureza. Me questionei se a minha mudez mental para o site tem ligação com elaborações mentais silenciosas que estou fazendo para o livro que escrevo ( não me apressem o parto! Ele sai!), já que quando estou trabalhando o livro na cabeça, tendo a ficar avessa ao ato da escrita em si.
A vida nunca pára mas nossa evoluçao como seres humanos nos fez inventarmos o calendário, com o objetivo de cadenciar a vida fechando-a em ciclos. Portanto, se fecha mais um ciclo no mundo com o fim do ano de 2012. Sei que me afastei do ritmo que impria aqui no site nesse ano que já se vai. Postei menos. Embora, no que pude. cumpri com a interatividade que com ele propus. Mantive os comentários sempre atualizados, respondendo a todos que por aqui me solicitam.
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